sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Movimentos Pendulares na Aglomeração Urbana de Jundiaí



Entrevista concedida à TVE Jundiaí


"Um trabalho de mestrado de uma estudante da Unicamp revelou que entre as cidades que compõem o aglomerado urbano, Jundiaí é a que tem o menor índice do chamado movimento pendular, ou seja, tem menos moradores que se deslocam para trabalhar em outras cidades."



https://www.youtube.com/watch?v=XaG4yrZoW3s

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Entrevista concedida sobre mobilidade pendular na Aglomeração Urbana de Jundiaí

84 mil pessoas do Aglomerado trabalham fora de suas cidades


RUI CARLOSDe Jundiaí, saem 26.403 moradores diariamente, sendo que 8,8 mil deles, segundo estudo, vão para São Paulo
De Jundiaí, saem 26.403 moradores diariamente, sendo que 8,8 mil deles, segundo estudo, vão para São Paulo
Todos os dias, 84.147 mil pessoas saem das sete cidades que compõem o Aglomerado Urbano de Jundiaí (AUJ) para trabalhar em outras cidades. Essa massa corresponde a 23,68% de toda a população economicamente ativa dessas cidades. São elas: Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Cabreúva, Itupeva, Louveira e Jarinu. Em Jundiaí, 26.403 mil se deslocam diariamente para outras cidades para trabalhar.

Desse total, 8,8 mil vão para São Paulo. Os dados são revelados pela pesquisa "Entre Duas Metrópoles: Mobilidade da População e a Aglomeração Urbana de Jundiaí no Arranjo Urbano-Regional Paulista", da cientista social e estudante de mestrado do curso de Demografia da Unicamp (Universidade de Campinas), Jackeline de Pádua Pereira da Silva, 26 anos e moradora de Campinas. A pesquisa foi realizada a partir de dados do Censo 2010.

Apesar de ter o número mais alto de pessoas que se deslocam para outras cidades (os chamados movimentos pendulares), Jundiaí é a que possui um porcentual mais baixo na relação entre a exportação de mão de obra e a população economicamente ativa. Para se ter uma ideia, as citadas 26.403 mil pessoas de Jundiaí correspondem a 13,72% de todas a população economicamente ativa da cidade.

A vizinha Várzea Paulista é a cidade que mais tem saída de gente entre as outras: 26.306 pessoas, ou seja, 52,84% de sua população economicamente ativa. A pesquisa de Jackeline começou há aproximadamente dois anos. A mestranda colhia dados na Região Metropolitana de Campinas, sobretudo nas relações daquela cidade com a vizinha, Hortolândia. No entanto, ela descobriu que havia muitos estudos sobre a área e nenhum sobre o AUJ.

Foi então que decidiu mirar seus estudos em Jundiaí e cidades vizinhas, com grande poder econômico. A pesquisadora percebeu que as cidades têm um bom desenvolvimento econômico e uma importante vocação logística. "Esta região possui uma localização estratégica e uma favorável malha de transportes", explica. Além disso, ela destaca a grande presença de centros de distribuição de empresas, a diversidade industrial e até mesmo as leis de incentivo presentes nos próprios municípios, para atrair empresas.

LOCOMOÇÃO
A maior parte das pessoas que se locomovem no AUJ (mais de 80%) sai de suas cidades para trabalhar em outras do próprio aglomerado. É o caso Luciano Rodrigues, 33, que vai de segunda a sexta-feira de Jundiaí para Itupeva. Ele trabalha na prefeitura e diz que o salário compensa a locomoção - mesmo quando fica alguns minutos a mais parado no trânsito.

"Em dias com bom trânsito, levo 15 minutos para chegar", revela ele, que mora no Medeiros, bairro próximo à divisa com Itupeva. Nos dias ruins, demora um pouco mais, aproximadamente 25 minutos. O pior dia da semana é sexta-feira. Luciano foi trabalhar na cidade vizinha porque passou em um concurso realizado em 2008. "Me chamaram no ano passado."

Ele ganha mais de dois salários mínimos e diz que o valor compensa os dias de viagem. Algumas cidades do Aglomerado chamam a atenção e exportam mão de obra para outras regiões. A única cidade que exporta mais pessoas para outra região do que para o próprio AUJ é Louveira. Do total de 3.901 movimentos diários, 56% vão para a Região Metropolitana de Campinas.

No caso de Jarinu, verifica-se outra questão curiosa: uma boa parte de seus movimentos pendulares ocorre para outras cidades de fora, tanto do AUJ quanto das regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo. "Há um número significativo que vai para Atibaia, pelo menos 30%", observa Jackeline.

OUTRO RECORTE
Além de fazer um recorte sobre as pessoas economicamente ativas (PEA), Jackeline desenvolve seu projeto também com a população em idade ativa (PIA). Nesse campo, foi possível ver os movimentos pendulares entre cidades não apenas das pessoas que saem para trabalhar, mas também de quem estuda fora de sua cidade.

De 2000 para 2010, segundo dados da pesquisa, o número de pessoas que saem de suas cidades para outras para estudar saltou de 60.800 para 110.525 em todo o AUJ - ou seja, quase o dobro. Todas as sete cidades registraram aumento de movimentação de pessoas nesse período. Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, apesar de terem o índice mais elevado de saída de pessoas, não mostraram grande aumento nesse prazo de dez anos.

No caso de Cabreúva, o número mais que dobrou - de 2.499 para 6.054. A pesquisa dá um destaque para os números de Várzea Paulista, mais uma vez, sobre o peso dos movimentos em relação à quantidade da população. A exemplo do recorte anterior, a cidade revela-se como a que mais exporta pessoas, em um total de 33.090 em 2010 (36,26% de sua população em idade ativa).

Nesse recorte, Jundiaí é a que menos exporta, percentualmente falando: são 37.037 movimentos (11,39%) em 2010. Por outro lado, o aumento desse fenômeno na cidade, em dez anos, também chama a atenção. Em 2000, eram 17.238 movimentos (6,26%).

Rafael Amaral, do JJ Regional